quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Meias


            Na família temos sempre alguém que nos surpreende todas as épocas natalícias com meias, não é verdade? São, de facto, um presente útil. O frio começa a apertar nesta altura, infelizmente. E, pelo menos eu, fico com um stock recheado na gaveta. Recebo pares de todas as cores e feitios: brancas, rosas, amarelas, azuis às bolinhas, umas pelo tornozelo, outras até ao joelho, enfim, variedade não falta!
            Embora dê valor a esta oferta, insistem em dar-me meias em excesso e, algumas, completamente desnecessárias...
            Todos os anos sou presenteada com meias verdades (apesar de nunca me ludibriarem). Todos os anos sou presenteada com meias vontades (apesar de nunca me interessarem). Todos os anos sou presenteada com meias paixões (apesar de nunca me iludirem).Todos os anos sou presenteada com meias palavras (apesar de nunca me convencerem). Todos os anos sou presenteada com meias amizades (apesar de nunca me preencherem). Todos os anos sou presenteada com meias felicitações (apesar de nunca me conquistarem).
            Não gosto de viver, sentir, fruir pela metade. Gosto de alcançar a plenitude máxima do meu ser, assim sou feliz. A vida é um instante, entrego-me  a multiplicar, nunca a dividir. Uso meias só nos pés (por vezes, acompanhadas de uns saltos altos para estar mais perto do céu)!

Bom dia alegria!

Sem comentários:

Enviar um comentário